sábado, 13 de julho de 2013

Capitulo 18 - Never Stop Dreaming*



Fui à mala e peguei no telemóvel. Liguei-lhe, mas ela não atendia.
            - Então? – Jamie estava impaciente.
            - Não atende!
            - Tenta mais logo.
            - Vou buscar o David. Levo-o ao quartel e depois podes trazer-mo a casa? A Maddy está muito fraca.
            - As melhoras. – Disse, virando costas e correndo pela rua.
            “Contínuas iguais” – Pensei.
            Eu fui para o outro lado. Em casa tomei banho e mudei de roupa.
            - Mãe, como se molhou toda?
            - Não levei chapéu…
            - Estive com o Jamie?
            - David, também vais insinuar que tenho um amante? – Perguntei, brincando.
            - O pai merecia, mas não…
            - Não sejas mau.
            - Ainda lhe vou provar que tenho razão!
            Abanei a cabeça. Fui buscar Maddy, agasalhei-a bem e levei David ao quartel.
            Jamie estava imponente, com o seu uniforme à entrada.
            - Toma bem conta dele, senão acabo contigo. – Alertei-o.
            - Tomarei.
            - Até já, capitão! – Disse dando-lhe um beijo na testa.
            - Até logo, mamã.
            Já no carro, voltei a ligar à minha.
            #Chamado-On#
            - Porque não me atendeu, há pouco?
            - Não estava cá dentro!
            - Poupe-me!
            - O que se passa?
            - Preciso que me diga a verdade…
            Ouvi o que parecia um gemido.
            - Mãe? Ainda está aí?
            - Sim… Que verdade queres?
            - Toda! Por que razão obrigou o Jamie a abandonar-me.
            - O que dizes?
            - Ai, não sabe?
            - Não é assunto para se falar por telemóvel… Podes vir cá?
            - Acha? Não vou abandonar a Maddy.
            - Ela tem melhorado?
            - Nem por isso! Venha para cá e falamos.
            #Chamada-Off#
            Sim, eu acabara de desligar o telemóvel na cara da minha mãe mas se ela me fizera aquilo que Jamie insinuava, isto não se comparava.
            Olhei para Maddy no banco de trás. Estava tão fraquinha.
            - Mamã?
            - Sim?
            - O que fez a avó?
            - Algo que nunca te farei.
            Ela sorriu e voltou a adormecer.
            Fui para casa. Eu não podia ser uma mulher normal e ir trabalhar ou às compras, tinha de ficar em casa com a minha filha, principalmente no Inverno. Ela estava muito fraca e se apanhasse frio a mais, ficaria doente…
            - Queres chocolate quente? 
            Estávamos as duas sozinhas em casa.
            - Sim. – Respondeu-me.
            Enchi mais uma chávena e levei-lhe.
            Começamos a ver uma série que ambas adorávamos.
            - Mamã?
            - Sim?
            - O que fazem as pessoas normais? – Esta pergunta deixou-me perturbada.
            - Como assim?
            - Por exemplo, as pessoas que não são doentes como eu e que não são mães de pessoas como eu, o que fazem?
            - Bem, o mesmo que nós…
            - Isso não é verdade!
            - Porque é que não é?
            - Porque isso não tem lógica… Elas podem fazer tudo e porque não fazem?
            - Hum… Elas são parvas…
            - Pois, se calhar é isso. – Disse com um sorriso.
            Pousou a chávena e aconchegou-se no meu colo, abraçando-me. Ela era mesmo fofinha.
            Dois dias depois, a minha mãe chegou.
            Não conseguia olhar para ela.
            - Como me fez isto, mãe?
            - Sarah…
            - Sabe o quanto me doeu? Eu sempre pensei que fora a crueldade do juíz!
            - Filha…
            - Não me chame isso!
            - Por favor, ouve-me!
            - Sou toda ouvidos!
            - Eu tinha medo!
            - Medo de quê?
            - De te perder! Eras tão ligada ao teu pai…
            - Medo de me perder? Não confia em mim?
            - Confio!
            - Não parece!
            - Sarah, tinhas o teu pai, o Jamie, a Claire… Aqui só me tinhas a mim e a Christin… e o Jason…
            - Mary…
            - Nem mãe me vais chamar?
            - Desculpe, mas custa… Custa chamar de mãe a uma pessoa que me fez sofrer tanto!
            - Desculpa, Sarah!
            Os olhos dela estavam brilhantes das lágrimas, mas isso não me parecia nada comparado com o que ela me fizera.
            Levantei-me e dirigi-me à porta.
            - Saia, por favor!

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